segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Pensamentos de Graça


Não é o homem amável, Deus é que é amor. (*)

O homem amado por Deus não tem nenhum valor em si. O que lhe atribui algum valor é o fato de Deus amá-lo. (*)

Santidade é fruto da comunhão com Deus, não o contrário.

O religioso diz que as boas obras são necessárias para um bom relacionamento com Deus. O cristão acredita que só pode ter boas obras se elas forem fruto de um relacionamento já existente.

Irrepreensível é a palavra que define alguém que "fez o seu melhor com sinceridade", e não "livre de pecado"

O religioso aponta o dedo para as falhas dos outros, pois acredita que será salvo pelo seu esforço. É inaceitável para ele que Jesus ame pessoas falhas, pois nisso se baseia sua religiosidade. Seu amor é falso.

O Cristão reconhece que é falho e por isso torna-se dependente de Deus, servindo-o em sinceridade, humilde diante dos seus irmãos. Seu amor é, portanto, real!

O cristão quer ver mais amor do que tradição. O religioso quer ver mais sacrifício do que sinceridade.

O religioso acha que vai se salvar pelas suas boas obras e se esforça pra isso. Por isso não aceita quem não se esforça como ele... O Cristão só se esforça para ser sincero com Deus.
Aquele que trabalha, seu salário já lhe serve como paga, porém aquele que não trabalha mas crê No que justifica o ímpio, sua fé lhe é imputada por justiça!

O religioso acha que pregar o perdão traz liberdade pra pecar. O cristão entende o perdão como um gesto de amor, por isso se sente constrangido (por esse imenso amor) a não pecar.

O pregador fariseu prega a obrigação através da ameaça do castigo. O cristão prega o amor, que gera a gratidão. O pecado prazeroso vence a religião da obrigatoriedade, mas jamais vencerá a fidelidade da gratidão. As minhas ovelhas ouvem a minha voz e me seguem (prazerosamente), e não "apanham de mim e por isso me seguem”.

O amor de Deus não se altera mediante nossas falhas, nesse caso ele seria inconstante e nosso relacionamento com ele seria uma troca. Ele nos ama sendo ainda falhos, e esse amor nos constrange a errar menos.

O santarrão é arrogante e tem um falso amor. O Cristão entende as falhas dos seus irmãos e confia que "Aquele que começou a boa obra (não nós mesmos) há de aperfeiçoar até o dia de nosso Senhor".

O "cajado" tem um arco na ponta para "puxar" e não para "bater"

O castigo e a disciplina podem ser atos de amor, mas em si, não demonstram amor. Se forem apresentados desassociados ao perdão e a misericórdia, certamente criarão rebeldes. Só a Graça vence o pecado.

O religioso sabe que existe o amor e o perdão, mas age pelo medo e obrigação. O cristão sabe que existe a justiça, mas faz tudo com amor. Não precisamos ter boas obras para Deus nos amar. Queremos ter boas obras porque Ele nos ama antes de termos feito coisa alguma.

Misericórdia é quando você não recebe o que merece e graça é quando você recebe o que não merece! (*)

Quem semeia graça colhe gratidão. Quem semeia ameaça ou castigo, colhe rebeldia.

Por que me busca? - pergunta o Senhor - Para alcançar benção? Esse é o filho que só faz o que eu quero para garantir sua mesada. Isso é troca!

Por que me busca? - pergunta o Senhor - Para ser curado... Esse é o filho que vem a minha casa de vez em quando só pra buscar o remédio, pois não tem condições de comprar. Isso é troca!

Por que me busca? - pergunta o Senhor - Para não receber castigo... Esse é o filho que faz o que ordeno pra não apanhar. Isso é troca!

Por que me busca? - pergunta o Senhor - Para não ir para o inferno... Esse é o filho que faz o que ordeno somente para que eu não o coloque para fora de casa. Isso é troca!

Por que me busca? - pergunta o Senhor - Para ir para o céu... Esse é o filho que me visita somente para que eu mantenha seu nome no testamento de minhas terras, pois sabe que elas são boas. Isso é troca!

Por que me busca? - pergunta o Senhor - Porque eu te amo, e seu amor me constrange... Esse é o filho que entende que eu o amei primeiro, sendo ele ainda falho. Faz a minha vontade com gratidão. Nele está o meu prazer. Isso é um relacionamento de amor!

O castigo e a disciplina podem ser atos de amor, mas em si, não demonstram amor. Se forem apresentados desassociados ao perdão e a misericórdia, certamente criarão rebeldes. Só a Graça vence o pecado.

Alexandre Unruh
(*)Ricardo Gondim Rodrigues